Pesquisa com 120 recém-nascidos cujas mães tinham a doença, causada pelo novo coronavírus, não viu transmissão para os bebês, mesmo depois de duas semanas de amamentação. Cientistas alertam, entretanto, que o estudo foi pequeno e precisa ser confirmado com mais participantes.
Uma pesquisa feita nos Estados Unidos com 120 recém-nascidos de mães que tinham Covid-19 não encontrou transmissão da doença para os bebês, nem durante o parto nem depois de duas semanas de amamentação. O estudo foi divulgado nesta quinta-feira (23) em uma revista científica do grupo “The Lancet”, um dos mais importantes do mundo.
Todos os bebês foram testados para a doença nas primeiras 24 horas após o nascimento, e nenhum recebeu resultado positivo. Na amamentação, as mães usaram máscaras médicas ao terem contato com os bebês e lavaram as mãos e os seios com frequência.
Os 120 bebês e as 116 mães eram todos pacientes de 3 hospitais em Nova York. Todos os bebês puderam ficar no quarto junto com a mãe e ser amamentados, desde que as mães estivessem bem o suficiente para fazê-lo.
Quando não estavam mamando, os recém-nascidos eram mantidos em berços fechados, a pouco menos de 2 metros de distância da mãe.
As pesquisadoras obtiveram dados de acompanhamento de 82 dos 120 bebês quando eles tinham entre 5 e 7 dias de vida. Desses, 68 dividiam o quarto com a mãe (83%) e 64 ainda eram amamentados. Quase todos os bebês (79) foram testados para o coronavírus de novo nesse período, e o resultado foi negativo mais uma vez.
Com duas semanas de vida, 72 dos 82 bebês fizeram, ainda, um terceiro teste, de novo negativo. Nenhum dos bebês teve sintomas da doença. Quando completaram um mês de idade, 53 nenéns passaram por uma consulta remota. Todos continuaram clinicamente bem e estavam crescendo adequadamente.
A pesquisadora lembrou, entretanto, que o estudo foi pequeno e são necessários outros, maiores, para entender melhor os riscos de transmissão entre mãe e bebê.
Outra ressalva foi que o teste diagnóstico usado no estudo foi o PCR, que analisa amostras retiradas do nariz. Se os bebês tivessem sido infectados no útero, é possível que o vírus não estivesse presente nessas amostras; a presença do vírus não foi analisadaem amostras de sangue, urina ou fezes porque esses testes ainda não estavam validados no momento do estudo.